![]() |
Advogado atuando em causa própria - Foto: Criador de Imagens do Bing |
O advogado é obrigado a passar procuração para um colega de profissão, para defender seus interesses em processos nas varas cíveis?
Primeiramente, é importante explicar que, o advogado desempenha uma função indispensável em um processo civil, para garantir que os direitos e interesses de seu cliente sejam devidamente representados e protegidos.
O advogado atua como intermediário entre a pessoa que está envolvida em um processo civil, usando seu profissionalismo na representação dessa pessoa.
A nossa Constituição Federal determina expressamente, no artigo 133, que "O advogado é indispensável à administração da justiça".
O advogado não é obrigado a constituir um representante (colega de profissão) para representá-lo em um processo na justiça.
Nesse sentido, o advogado pode atuar em causa própria se for parte em algum processo, conforme determina o parágrafo único, artigo 103, do Código de Processo Civil, abaixo copiado.
"Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Parágrafo único: É lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal."
Implicações e Benefícios
Autonomia e Conhecimento Técnico
Um dos principais benefícios de um advogado atuando em causa própria é a autonomia que este profissional possui para gerir seu próprio processo.
O conhecimento técnico e a experiência acumulada ao longo de sua
carreira conferem ao advogado uma vantagem significativa na condução de uma defesa
eficiente.
Economia de Recursos
Ao atuar em causa própria, o advogado também pode economizar recursos financeiros que, de outra forma, seriam destinados ao pagamento de honorários advocatícios a outro profissional.
Nesse sentido, a economia financeira pode ser
particularmente relevante em casos onde os custos processuais são elevados.
Responsabilidade e Ética
No entanto, é importante destacar que a atuação em causa
própria exige do advogado um elevado grau de responsabilidade e ética,
sendo-lhe aplicáveis as mesmas normas que regulam os atos processuais de
qualquer outro advogado, bem como as sanções por eventual má-fé.
Desvantagens e Desafios
Vulnerabilidade Emocional
Um dos desafios enfrentados por advogados que atuam em causa própria é a vulnerabilidade emocional.
Com certeza, estar diretamente envolvido na causa
pode reduzir a capacidade de manter a objetividade necessária para a defesa
eficiente, afetando o julgamento e as decisões processuais.
Complexidade Processual
Além disso, o advogado deve estar preparado para lidar com a complexidade processual e os possíveis conflitos de interesse que possam surgir ao longo do processo.
A capacidade de gerenciar esses aspectos de forma eficaz
é essencial para o sucesso na atuação em causa própria.
Conclusão sobre o Tema
A possibilidade de um advogado atuar em causa própria, conforme disposto no parágrafo único do artigo 103 do Código de Processo Civil, é uma prerrogativa que oferece uma série de benefícios, mas também apresenta desafios significativos.
A autonomia, o conhecimento técnico e a economia de recursos são vantagens que podem ser exploradas, desde que o profissional esteja preparado para lidar com a vulnerabilidade emocional e a complexidade processual que esta atuação envolve.
Em última análise, a decisão de atuar em
causa própria deve ser ponderada com cuidado, considerando todos os aspectos
legais, éticos e práticos.
Final
Por fim, o objetivo dessa publicação é, exclusivamente, informar de forma clara e direta, o tema aqui colocado.
Para saber outras informações interessantes sobre assuntos jurídicos Clique Aqui.
Para visitar o canal da Advogada Ana Lucia Nicolau no YouTube Clique aqui.