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| Estado de Perigo - Código Civil - Imagem criada pelo Capilot - |
O Estado de Perigo e a Anulação de Negócios Jurídicos
O estado de perigo, previsto no artigo 156, do nosso Código Civil, é uma situação jurídica que ocorre quando uma pessoa, diante da necessidade urgente de evitar um grave dano a si mesma ou a alguém de sua família, acaba por assumir uma obrigação desproporcional e excessivamente onerosa.
Essa é uma situação de vício de consentimento, pois a pessoa assume uma obrigação sem ser de sua livre e espontânea vontade, muito cara, para se salvar ou salvar um familiar de um dano grave e iminente.
Nesse sentido, o dispositivo legal determina, expressamente: “Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa."
Portanto, a previsão legal de estado de perigo é um mecanismo de proteção contra negócios jurídicos firmados em condições de extrema vulnerabilidade, em que a parte, pressionada pela urgência e pelo risco iminente, assume uma obrigação que não assumiria em condições normais de livre escolha.
Importante destacar que, se houver provas, é possível a anulação do negócio jurídico realizado mediante estado de perigo, previsto no artigo 156, do Código Civil.
Nesse sentido, é o inciso II, do artigo 171, do Código Civil que determina que é anulável o negócio jurídico por estado de perigo.
Assim, o estado de perigo previsto em lei protege as relações jurídicas, impedindo que a necessidade extrema de uma pessoa seja explorada de forma abusiva.
Considerações sobre o tema
O estado de perigo, previsto no artigo 156 do Código Civil, representa um ponto importante na proteção da dignidade humana e na preservação da justiça nas relações contratuais.
Ao reconhecer que, em situações de urgência extrema, uma pessoa pode ser levada a assumir obrigações desproporcionais para evitar um grave dano a si mesma ou a alguém de sua família, o legislador demonstra sensibilidade e compromisso com a equidade.
Esse dispositivo legal é positivo porque impede que a vulnerabilidade momentânea seja transformada em instrumento de exploração, garantindo que a boa-fé e a solidariedade prevaleçam sobre o oportunismo.
Ao permitir a anulação de negócios jurídicos firmados sob tais condições, o Código Civil reforça a ideia de que o direito não deve ser apenas um conjunto de regras, mas sim um mecanismo de proteção contra abusos e injustiças.
Dessa forma, o estado de perigo fortalece a confiança nas relações jurídicas e assegura maior equilíbrio entre as partes.
Objetivo das postagens desse blog
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