Falecendo pessoa casada e com filhos, sem testamento, qual é a parte de seu cônjuge na herança? Blog Ana Lucia Nicolau - Advogada Falecendo pessoa casada e com filhos, sem testamento, qual é a parte de seu cônjuge na herança?

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Falecendo pessoa casada e com filhos, sem testamento, qual é a parte de seu cônjuge na herança?

Direito das Sucessões
Herança do Cônjuge - Foto: Estoque PowerPoint

Recebimento de Herança Pelo Cônjuge

A sucessão patrimonial é um tema de grande importância no direito, pois envolve a transmissão dos bens, direitos e obrigações de uma pessoa falecida aos seus herdeiros.

Quando uma pessoa casada e com filhos falece sem deixar testamento, surge a questão fundamental: qual é a parte do cônjuge sobrevivente na herança?

Para compreender essa divisão, é essencial entender o conceito de herança, que representa o conjunto de elementos transmitidos aos sucessores. 

Esses elementos podem ser positivos, ou seja, bens com valor econômico, como imóveis e investimentos, ou negativos, incluindo dívidas e outras obrigações financeiras.

Dessa forma, quem herda créditos também assume débitos.

A transmissão do patrimônio pode ocorrer por meio da sucessão legítima ou testamentária. 

A sucessão legítima segue as normas estabelecidas por lei e se aplica quando o falecido não deixou testamento. 

Já a sucessão testamentária tem como objetivo garantir o cumprimento da última vontade do falecido, expressa em testamento válido.

No caso em questão, a sucessão legítima é a que se aplica. 

Conforme o artigo 1.829 do Código Civil, o cônjuge sobrevivente terá direito à herança juntamente com os descendentes do falecido, exceto nas seguintes situações:

Se o casal era casado sob o regime de comunhão universal de bens.

Se o regime adotado era o de separação obrigatória de bens.

Se o regime adotado era o de comunhão parcial, se o falecido não deixou bens particulares.

Se no regime adotado era o da participação final nos aquestos, se o falecido não deixou bens particulares. 

Adicionalmente, o artigo 1.832 do Código Civil determina que, em concorrência com os descendentes, o cônjuge sobrevivente terá direito a uma parcela igual à dos que sucedem por cabeça.

Isso garante que sua participação na divisão dos bens seja equitativa dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação.

Considerações sobre o tema

A sucessão é um dos temas mais relevantes do direito civil, especialmente no que se refere à segurança jurídica e à proteção do patrimônio familiar. 

Trata-se do processo pelo qual os bens, direitos e obrigações de uma pessoa são transferidos aos seus herdeiros após a sua morte. 

Embora muitas vezes seja um assunto evitado por seu aspecto emocional, a sucessão deve ser encarada com planejamento e clareza, pois impacta diretamente a estabilidade das relações familiares e patrimoniais.

Compreender as regras legais que envolvem a sucessão é essencial para garantir que o processo ocorra de forma justa, transparente e de acordo com os valores e realidades da família envolvida. 

O Código Civil prevê normas específicas sobre a ordem de vocação hereditária, a legítima dos herdeiros necessários e a possibilidade de testamentos, instrumentos que podem refletir os desejos do falecido quanto à destinação de seus bens.

Além disso, o planejamento sucessório se apresenta como uma ferramenta eficaz para evitar conflitos familiares, minimizar custos com impostos e processos judiciais e assegurar que o patrimônio construído ao longo da vida seja preservado e utilizado conforme a vontade do titular. 

Medidas como doações em vida, constituição de holding familiar ou elaboração de testamento são exemplos de estratégias que fortalecem essa organização patrimonial.

A sucessão também está profundamente ligada à dignidade da pessoa humana, pois respeita não apenas os vínculos de sangue e afeto, mas também a intenção de quem partilha seu legado. 

Um processo sucessório bem conduzido pode proporcionar serenidade aos familiares em um momento delicado e garantir a continuidade de empreendimentos e relações econômicas importantes.

Portanto, promover o debate sobre a sucessão e incentivar o conhecimento das leis que a regem não é apenas uma questão jurídica, mas uma atitude de responsabilidade e cuidado com o futuro da família.

Por fim, nesse blog o leitor ou a leitora encontram textos sobre assuntos jurídicos de interesse de todos, com a finalidade específica de informar de forma clara e objetiva. Clique aqui, para ler outras postagens.


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